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Profissionais que trabalharam no Enem dizem que ainda não receberam

Centenas de profissionais contratados pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), empresa responsável pela execução do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), relatam atrasos no pagamento por serviços prestados durante as provas realizadas nos dias 3 e 10 de novembro. A situação, que já havia ocorrido em edições anteriores, gerou uma onda de insatisfação e questionamentos sobre a gestão financeira e contratual do processo.

Angélica Silva, que trabalhou como fiscal de corredor em ambos os dias de aplicação do exame, compartilha sua frustração. “É muito revoltante porque você espera, você precisa daquele dinheiro, porque a pessoa tem seus compromissos e não vê nada. É como se o nosso trabalho não fosse respeitado”, desabafou. Angélica deveria ter recebido R$ 180 pelos dois dias de trabalho, mas até o momento o pagamento não foi efetuado.

Segundo comunicado interno compartilhado por coordenadores de locais de prova, o atraso nos pagamentos se deve à falta de repasse financeiro por parte do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Informamos que o INEP não repassou o valor para efetuar o pagamento das equipes, conforme previsto no calendário. E não há uma previsão para o pagamento”, diz a mensagem. Na tentativa de oferecer mais transparência, o Cebraspe forneceu os contatos do Inep para que os colaboradores possam manifestar sua insatisfação diretamente.

De acordo com informações oficiais divulgadas pelo próprio Cebraspe, foram contratadas 435 mil pessoas em todo o país para a realização do Enem 2024. Destas, 66% já tiveram seus pagamentos realizados, mas os 34% restantes ainda aguardam. A empresa afirma que realiza novos pagamentos diariamente e mantém contato contínuo com o Inep para solucionar o problema.

A situação não é nova. No Enem de 2023, relatos semelhantes de atrasos no pagamento geraram grande repercussão, com muitos colaboradores recorrendo às redes sociais para expressar indignação. Em um contexto econômico desafiador, no qual grande parte dos profissionais depende dessa renda extra para pagar contas ou complementar o orçamento, os atrasos são recebidos com ainda mais insatisfação.

Enquanto as entidades responsáveis não oferecem uma solução clara, os colaboradores seguem sem previsão de quando poderão receber pelo trabalho já realizado.

Por Gabriel Clalp.

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